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Quem é o profissional do segmento MICE?

Divulgação: javi_indy/Freepik
Profissionais migram para o segmento MICE e encontram cursos para complementar formação

Nos últimos anos, muitos profissionais de diferentes formações acadêmicas acabaram migrando para o mercado MICE. Com crescimento mesmo em tempos de crise econômica, o setor abre as portas para diversas vagas; alguns profissionais são beneficiados pela experiência anterior em áreas como marketing e administração, por exemplo. Cursos especializados podem complementar a formação, direcionando o profissional para um conhecimento mais abrangente.

Prova dessa demanda é que, nos últimos tempos, a oferta de especializações nesse ramo vem aumentando. São oferecidos cursos de curta duração, assim como graduação e pós dentro da área. As opções são as mais variadas e a escolha depende da necessidade de quem procura.

“Embora no mercado nacional ainda tenhamos muitos profissionais de outras áreas atuando em eventos, é importante lembrar que as habilidades e o conhecimento técnico, alinhado ao mercado global, só se adquire a partir da titulação que vem seguida da experiência e vivência no mercado. Nesse sentido, os cursos de graduação e especialização estão estruturados para dar o referencial para que profissionais que buscam se atualizar, encontrem a melhor formação. A titulação é, portanto, um diferencial que destaca o profissional no setor”, explica Sandra Maia, coordenadora dos cursos de bacharelado em Hotelaria e superior Tecnologia em Eventos do SENAC.

Trabalhar com eventos exige atualização contínua, uma vez que a criatividade e inovação fazem parte do espírito do negócio. Com o intuito de criar momentos únicos para o público alvo, o profissional deve conhecer tendências, mergulhar em outras áreas, adequar modelos e ampliar seu olhar, o que o tornar competitivo e criativo nesse ramo.

Segundo Vanessa Martin, diretora da VM Consultoria e especialista em gerenciamento de eventos e incentivos, o profissional precisa estar antenado sobre novidades, além de uma parceria estreita com todos os fornecedores.  “O profissional da área de eventos vem sendo cobrado pelos stakeholders a constantemente se reinventar. E o aumento constante na oferta de ferramentas digitais e novas opções oferecidas por fornecedores, aliada à demanda por qualidade, inovação e engajamento, faz com que o olhar do profissional precisa estar sempre no horizonte”, afirma.

Quem atua nesse campo deve conhecer as ferramentas disponíveis para identificar o melhor formato de evento para atingir os objetivos de promotores e, assim, gerar impacto nos clientes. Logo, os cursos servem como horizonte e auxiliam na formação profissional mediante as boas práticas do mercado, que está em constante expansão e cada vez mais exigente.

Durante as aulas, o profissional consegue ter uma visão ampla dessas possibilidades através de análises, resolução de desafios, entre outras atividades, além do acesso às tecnologias disponíveis e exigidas pelo mercado.

“É fundamental que profissionais da área sejam certificados e que venham com background – atualizados e conectados com as boas práticas internacionais. Os cursos também são importantes para que o futuro profissional obtenha conhecimento e discernimento do setor para que tenham a melhor decisão com a velocidade necessária no mundo contemporâneo”, explica Ormene Carvalho Coutinho Dorneles, coordenadora da pós-graduação em Organização e Administração de Eventos do SENAC.

Como importante meio de comunicação, os eventos devem ser levados a sério. Esses encontros reúnem pessoas em um mesmo ambiente, usufruindo experiências e, por isso, exige profissionalismo para garantir, entre outras coisas, a segurança do grupo reunido.

“O mercado de eventos não tem mais espaço para amadores. O mundo corporativo cobra resultados e o compromisso de atingir os objetivos das empresas contratantes. A responsabilidade é bastante grande e séria nesse setor e seus profissionais devem honrar esta confiança”, diz Flávia Mastrobuono, professora do curso de Eventos da Universidade Anhembi Morumbi.

Mercado de trabalho no segmento MICE

O mercado de trabalho apresenta um panorama animador, especialmente pela visibilidade que o país está ganhando como destino de turismo de negócios. A área de eventos apresenta histórico de crescimento no Brasil e no mundo, com uma média de 14% ao ano, de acordo com informações divulgadas em 2014 pelo Sebrae Nacional e pela Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC).

A pesquisa em questão apontou um giro financeiro de R$ 209,2 bilhões, isto é, 4,32% do PIB da economia brasileira. “Concordo com meus colegas que 2018 será um ano de retomada, no qual se destacará quem conseguir se reinventar, oferecer eventos disruptivo, envolventes s e inovadores, com foco nos resultados e métricas”, declara Vanessa Martin.

Para Flávia Mastrobuono, professora do curso de Eventos da Universidade Anhembi Morumbi, ocorrerão mudanças no perfil do público, que ficará cada vez mais exigente. “Não bastasse isso, esse mesmo púbico tem menos tempo e menos atenção para as programações chatas e excessivamente longas de alguns eventos. Ou seja, os acontecimentos deverão ser mais eficientes no que diz respeito à objetividade, dinâmica e eficiência, sem perder relevância e se tornar superficial”, diz.
A docente destaca ainda a criação de novas profissões, que exigirão eventos para esses futuros profissionais – sem falar no impacto sobre novos formatos de encontros e dinâmicas que deverão surgir.

“Com a expectativa da retomada da economia espera-se que haja um crescimento na demanda. As oportunidades que vem sendo geradas em diferentes setores – como social, esportivo, cultural, marketing, entre outros – , também são fatores que devem mexer com o mercado como um todo”, acrescenta Sandra Maia.

Grande parte da razão por esse cenário próspero é a possibilidade que os profissionais de eventos encontram em vários tipos de empresas – além das próprias agências do ramo, que planejam, organizam e realizam eventos de terceiros.

“Essas agências, normalmente, são especializadas em determinados tipos de eventos, pois é esperado nesse mercado que as agências procurem excelência e, sendo o setor tão amplo, é quase impossível que uma mesma empresa realize todos os tipos de eventos com qualidade diferenciada”, conta Flávia. As possibilidades são diversas e os profissionais podem atuar junto a inúmeros fornecedores de serviços do setor (como buffets, montadoras de estandes e espaços para eventos), além de agências de comunicação, que já utilizam os eventos como meio de comunicação entre públicos específicos.

Aprendendo a lidar com custos 

O principal objetivo, decorrente da crise econômica mundial, continua sendo a equalização de custos: o profissional de eventos precisa fazer mais com menos.
“Segundo estudos da Carlson Wagonlit Travel Meetings & Events, publicado em 2017, a tendência é trabalhar com orçamentos menores e redução de custos. As áreas de atenção continuam sendo alimentos e bebidas, segurança, participação virtual e economia compartilhada com seus modelos ‘colaborativos’”, explica Ormene.

Essa tendência também se encaixa com a ideia de sustentabilidade, assunto em pauta pelo mundo. Os eventos voltados para nichos são uma ótima opção nesse quesito, pois são encontros que demandam menos gastos e apresentam um retorno expressivo, uma vez que o público é direcionado. Mesmo assim, é importante que o evento traga coisas novas para gerar interesse.

Ademais, o profissional deve ir além do “gostar de pessoas”. É necessário profissionalismo, dedicação, disciplina e técnica. Ademais, quem atua com eventos precisa ser colaborativo, compartilhar informação e conhecimento, sempre. A visão estratégica e conhecimento em planejamento também são essenciais e, juntos, são responsáveis por fazer com que o mercado continue crescendo.

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