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Como liderar em um cenário de volatilidade?

Foto: Assessoria
Mundo VUCA - volátil, incerto, complexo e ambíguo.

Publicado em 21/07/2020

Há anos, muitos especialistas e profissionais estudam e discutem sobre o conceito do Mundo VUCA. Aquele mundo aparentemente tão distante por muito tempo: volátil, incerto, complexo e ambíguo. Para quem não conhecia o conceito ou não concordava com essa realidade, agora nem é mais necessário grandes explicações e fundamentos para apresentar e correlacionar. Pois, mais do que nunca, vivemos toda essa montanha russa, num mix de medo, frio na barriga e expectativas.

Num dia está tudo aparentemente “normal”: vamos ao trabalho utilizando o caminho de sempre,  pegamos o café quentinho para despertar e energizar o dia, vamos a nossa daily com a equipe, eliminamos pendências do dia, nos esforçamos para dar sentindo aquela mensalidade da academia, voltamos para nosso lar e revigoramos nosso sonho de felicidade e porque não, aquele tempinho para atualizar o Netflix…

Mas, no outro dia: trocamos o tradicional caminho por alguns passos até a sala, substituímos o café pelo chazinho de camomila para acalmar as emoções, resetamos nosso cérebro para tudo o que fazíamos, por um momento esquecemos até como é possível se comunicar (inclusive descobrimos o quanto isso é difícil), e se não bastasse tanta mudança, ainda vieram perdas, inclusive de quem compartilhava a aventura da vida conosco.

Ufa, quanta ressignificação não? Está aí uma boa palavra para a ora. E para líderes esta palavra vem acompanhada com duplo significado: além do esforço de atribuir um novo significado para todas as suas expectativas, ainda contribuir nesta missão dos seus colaboradores. E é, fundamentalmente, por isso que nos remetemos agora ao nosso início: “Como liderar num cenário de volatilidade”?

Para que possamos traçar estratégias de liderança práticas em nossas equipes e empresas, primeiro é importante termos esta empatia com expectativas e emoções de todos. E, se somarmos a tudo isso as expectativas organizacionais, fica ainda mais complexo. Mas afinal, a grande missão de todos os líderes é interpretar, equilibrar e direcionar todas essas expectativas: da equipe, da empresa e, não menos importante jamais, as suas próprias expectativas.

De maneira prática e assertiva, vamos a ações reais para conduzir esse malabarismo com maestria e sincronicidade para dar inveja até aos mais experientes circenses do Cirque du Soleil:

  • Respire fundo e coloque seu cérebro pensante, neste momento deve estar numa velocidade que seria possível chegar a Lua em instantes, para o modo pause. Isso, pare, saia desse looping de pensamentos ansiosos, equivocados e desesperados. Entenda, que o momento de pandemia traz por si só muitos reflexos emocionais ainda mais negativos, mas volte ao conceito do Mundo VUCA e saiba que toda esta inconstância já estávamos vivendo antes da pandemia e, de certa forma, relativamente controlando em boa parte do tempo.
  • Coloque no papel todas as suas expectativas e anseios, separe o que é real e está em seu controle, do que está longe de ser controlado por você. Ufa, começamos a tirar alguns pesos dos ombros. Faça este mesmo exercício com os feedbacks que tem recebido de seus colaboradores e com os desafios da sua organização. Agora que tem um mapa real do que depende realmente das suas ações vamos pra cima!
  • Foque na busca de soluções efetivaspara os problemas reais. Uma boa hora para fazer aquela boa e velha análise SWOT, não é mesmo? Quais são nossas forças que serão os pilares da continuidade atual do negócio? Quais são as nossas fraquezas e como rapidamente faremos para corrigi-las? Quais mudanças estão gerando oportunidades que não estava conseguindo ver sem respirar fundo? A vulnerabilidade, naturalmente, gera ameaças e dentro das que são de seu controle, como pode neutralizar?
  • Com clareza, agora aja! Nenhuma grande ideia é boa no papel, só será memorável se realizada com objetivo alcançado. Então, mãos à obra: comece, erre, corrija, refaça, avalie e comece, novamente. Se der medo, e vai dar, olhe para ele e diga: “obrigada medo por estar comigo e me ajudar a pensar na melhor solução analisando os riscos, mas agora eu vou ali liderar e você fica aí.”

Liderar é arriscar-se o tempo inteiro, pois quem tem medo não fica a frente orquestrando. Um maestro, pode ter medo de se apresentar para centenas de milhares de pessoas, mas este medo não pode fazer com que ele não suba no palco e guie todos os musicistas para uma apresentação memorável. Responsabilize-se pelo seu papel e importância, o desafio da liderança é grande, mas também é glorificante.

Foto: Assessoria

Ao longo da vida e com muita gratidão tive a oportunidade de conversar com vários líderes e é unanime o sentimento de solidão. Saiba que você não está sozinho e que mesmo sem saber ao certo o que fazer, muitos estão aprendendo com você e como ressignificar em tempos tão inconstantes. Se não souber o que fazer: pense, procure, converse e porque não pedir ajuda?

Liderar não é saber tudo o tempo todo, é ser racional e flexível para se permitir aprender e ensinar todos os dias. Afinal, todos nós estamos nessa vida juntos para aprender e ser feliz. Permita-se sentir, mas também permita-se chegar em novos destinos que nem pensava ser possível. E por que não, promover esta viagem para outras pessoas e empresas?

Lidere, proponha, participe, ressignifique e comemore!

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