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No Vestiário

Foto: 8photo/ Freepik
Artigo de estreia de Daniel Ramirez na Revista EBS

Publicado em 06/05/2021

Este é o meu primeiro artigo para a Revista EBS, a minha estreia, e o faço com muito orgulho!

Orgulho por ser a revista de um grupo que tenho respeito, admiro o trabalho, e todas as ações que eles fazem há tantos anos.

E por que a coluna se chama TROCANDO FIGURINHAS?

Quando eu era criança era comum trocar figurinhas com os amigos.
Quando eu tinha uma figurinha em duplicidade, trocava por uma outra que eu não tinha.

Então este é o convite. Trocar insights, percepções, impressões e ouvir feedbacks sobre o que eu escrever nesta coluna. Agradeço desde já!

Escolhi para a estreia, falar sobre a minha visão neste momento. Este momento da Pandemia.

Acredito que, excetuando as pessoas que perderam alguém que amam, ou que sofreram com esta terrível doença, todos nós podemos aprender muito com esse momento, que apesar de tão doloroso significa uma oportunidade.

Muito já se falou e se discutiu, tentando entender tudo isto, então ofereço a minha contribuição e experiência para essas reflexões.

Quando tudo isso começou, (num longínquo março de 2020) tomei uma decisão após algumas semanas em home office.
Decidi que não iria olhar mais para esse momento como uma quarentena, um isolamento forçado, algo que me deixasse paralisado intelectualmente.

Escolhi fazer disto um período sabático.
Escolhi ser o protagonista dessa minha História, e ao pensar dessa forma me obriguei a ficar no controle. Abandonei essa atitude reativa e assumi atitude proativa, ao passar de antagonista para protagonista.

Então, nesse meu Sabático tive uma epifania, me vi num intervalo, do primeiro tempo de um “jogo” para o segundo tempo da minha vida.

O primeiro tempo acabou, o juiz apita (o juiz você escolhe de acordo com a sua crença) e diz CHEGA, terminou, vá para o intervalo.

Agora, estou aqui no vestiário, nesse intervalo interminável, olhando para o primeiro tempo da minha vida, vendo e estudando cada lance, cada falta, cada jogada ruim e as minhas melhores jogadas, e os gols também.

Observando sem julgamento, apreciando com compaixão, me perdoando por aquilo que eu não gostei do que fiz no primeiro tempo.

Recebi de presente o entendimento que quando eu fiz o que fiz, aquilo fazia sentido para aquele momento, mas hoje não faz mais, claro!!! eu experimentei e evolui.
Quando cometi erros fazia sentido para aquela pessoa que eu era, hoje não mais, aí admiti e me perdoei.  Eu não sou mais a mesma pessoa que eu era, há 10 anos, há 5 anos, há 2 anos, no mês passado.

Também entendi que alguns sentimentos como medo, dor e raiva, não são sentimentos negativos, eles podem sim ser muito educativos.

Agora o intervalo já está acabando.
Para voltar ao jogo recebi, e recebo novas instruções do técnico (e esse técnico você escolhe, também de acordo com suas crenças).

E que pessoa eu serei? No que me transformei para voltar a jogar no segundo tempo da minha vida?
Como jogar melhor no segundo tempo da minha vida?
Então pensei: Tenho muito pouco tempo para fazer tanto.

E lembrei de um grande líder espiritual – Chico Xavier que disse:
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”

Então estou aqui, pronto… Ansioso, esperando a porta do vestiário abrir para entrar em campo, e começar esse novo Jogo; fazendo o segundo melhor tempo da minha vida, não esse novo normal, mas esse novo TEMPO.

E Você, o que vai fazer no segundo melhor tempo da sua vida?

Aguarde, na próxima edição, contarei alguns pulos do gato, ideias e planos que coloquei em prática e já tenho resultados.

Até breve!

Ainda:

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