A Távola Redonda MICE
por Alexis PagliariniEntramos em 2017 com a sensação de que 2016 não terminou. Os desafios dos empresários para viabilizar seus negócios continuam imensos, apesar da boa surpresa da inflação dentro da meta e da redução de juros, decorrente do corte ousado de 0,75% da taxa Selic. Mas ainda falta muito para entrarmos num circulo virtuoso, que reverta o pessimismo e traga crescimento econômico.
O que devemos então fazer perante esse quadro? Que tal se juntar e acreditar na força colaborativa? Que tal trazer para uma mesma mesa os principais players do seu segmento? Seria chover no molhado falar da importância da sharing economy. Os exemplos são muitos: Airbnb, Uber e outras plataformas que surgem, tendo como base a atuação compartilhada, colaborativa. Um encontro organizado recentemente pelo LinkedIn, do qual participei apresentando os resultados do projeto Design Thinking Propaganda, reuniu agências de propaganda em sua sede e trouxe de volta uma discussão acalorada sobre o modelo atual das agências e o seu futuro perante as constantes mudanças impostas pelo mercado. Sentados ali, em círculo, num ambiente descontraído, permitindo que todos os presentes dessem sua opinião, me veio a figura da Távola Redonda, que já havia aparecido nos exercícios do Design Thinking.
A história do rei Arthur e seus cavaleiros tem diversas versões, mas me prendo ao seu conceito básico, que é o de reunir em torno de uma mesa redonda cavaleiros extraordinários, cheios de habilidade e coragem para enfrentar os inimigos mais poderosos. Não consigo deixar escapar uma analogia com os tempos de hoje. Nunca se precisou tanto de espírito guerreiro como agora. E nunca integração e cooperação foram tão valorizadas.
Esse encontro envolveu agências, mas penso que esse mesmo espírito caiba para outros setores da economia. O segmento MICE (Meetings, Incentives, Conferences, Exhibitions), por exemplo, pode se beneficiar de um esforço coordenado, coletivo, colocando em torno de uma mesa os reis Arthurs de hoje, líderes de cada um dos subsetores que atuam nesse mercado. Que tal trazermos para uma grande mesa redonda os clientes, as agências, os fornecedores, os gestores de espaços e de destinos, os provedores de tecnologia e outros tantos “cavaleiros” e “damas” que se “digladiam” para viabilizar seus negócios? Essa mesa redonda logicamente é figurada, mas deverá se tornar literal quando reunirmos um grupo especial de batalhadores para repensar o mercado MICE.
Isso acontecerá de verdade, quando, tendo como recurso a metodologia do Design Thinking, fizermos um amplo debate sobre ações ganha-ganha que podem ser colocadas em prática para que todos saiam com boas ideias para melhorar seu negócio.
Esse estudo liderado pelo Grupo EventoFacil irá, mais uma vez, contribuir com a união do setor em torno de objetivos comuns. Digo mais uma vez porque algo semelhante já foi feito no ano passado e seus resultados apresentados no Congresso MICE Brasil 2016. A diferença é que agora não serão só as agências as participantes do Design Thinking. Desta vez, sentarão à mesa todos os principais players do setor, desde o cliente até o fornecedor.
Com um grupo assim, representativo, teremos condições de trabalhar juntos para um resultado melhor para todos. Os resultados serão apresentados no 2º Congresso MICE Brasil 2017, que já tem datas fechadas: acontecerá nos dias 7 e 8 de junho de 2017, no Centro de Convenções Rebouças, São Paulo, simultaneamente à Feira EBS. Eu fui convidado para, mais uma vez, liderar esse estudo, uma missão que cumprirei com muito entusiasmo. Afinal, não é toda hora que você pode juntar os principais “guerreiros” do setor para uma batalha tão importante. A gente pode não ter um Sir Galahad entre os cavaleiros e nunca encontrar o Santo Graal, mas a nossa távola redonda poderá ser um marco na busca por um ambiente de negócios mais saudável para todos os players do segmento MICE.