Governo não inclui eventos na relação de setores da economia mais afetados pela pandemia
Segundo o governo, a lista de atividades é destinada a orientar as agências financeiras oficiais de fomento.O Ministério da Economia publicou esta semana, no Diário Oficial da União, uma lista dos setores da economia mais impactados pela pandemia de coronavírus. As atividades artísticas, criativas e de espetáculos, lideram a relação, porém o setor de eventos não é citado diretamente.
Paralisado desde março e apesar de representar 5% do PIB nacional e empregar mais de 12 milhões de profissionais diretos e indiretos, o setor de eventos não entrou na lista do Ministério dos setores mais afetados pela pandemia.
Após a decretação de calamidade pública, mais de 300 mil eventos foram cancelados e transferidos no Brasil, causando um prejuízo de cerca de 90 bilhões de reais.
De acordo com a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), 580 mil empregos diretos foram perdidos neste período. A associação prevê ainda que se o país seguir com o atual ritmo o impacto vai ser maior o número de desempregados poder chegar a quase 841 mil no setor.
Segundo a portaria assinada pelo Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, a lista “é destinada a orientar as agências financeiras oficiais de fomento, inclusive setoriais e regionais, acerca dos setores mais impactados pela crise ocasionada pelo Covid-19”.
“A lista foi elaborada com base na variação do faturamento do setor, segundo dados da Receita Federal. Também foi considerada a relevância do setor na economia, tanto por valor agregado (VA), quanto por pessoal ocupado (PO). Além da margem de cada setor, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), buscou-se inserir as informações de maneira a levar em conta as particularidades de cada atividade econômica”, informou, em nota, o ministério.
O governo afirma que a lista visa auxiliar as agências no atendimento ao Programa Emergencial de Acesso a Crédito na modalidade de garantia (Peac-FGI), por meio da disponibilização de garantias via Fundo Garantidor para Investimentos (FGI).
O programa criou um programa de crédito com linhas para microempreendedores individuais (MEIs), micro, pequenas e médias empresas.
Segundo o governo as atividades mais afetadas são:
- atividades artísticas, criativas e de espetáculos
- transporte aéreo
- transporte ferroviário e metroferroviário de passageiros
- transporte interestadual e intermunicipal de passageiros
- transporte público urbano
- serviços de alojamento
- serviços de alimentação
- fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias
- fabricação de calçados e de artefatos de couro
- comércio de veículos, peças e motocicletas
- tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados
- edição e edição integrada à impressão
- combustíveis e lubrificantes
- fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores
- extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio
- confecção de artefatos do vestuário e acessórios
- comércio de artigos usados
- energia elétrica, gás natural e outras utilidades
- fabricação de produtos têxteis
- educação privada
- organizações associativas e outros serviços pessoais
- fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis
- impressão e reprodução de gravações
- telecomunicações
- aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual
- metalurgia
- transporte de cargas (exceto ferrovias)
- fabricação de produtos de borracha e de material plástico
- fabricação de máquinas e equipamentos, instalações e manutenções
- atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e imagem
- saúde privada
- fabricação de celulose, papel e produtos de papel
- fabricação de móveis e de produtos de indústrias diversas
- comércio de outros produtos em lojas especializadas
A União Brasileira de Promotores de Feiras e Eventos de Negócios (Ubrafe) informa que está preparando uma carta de repúdio para ser enviada aos governantes.