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Eventos pós-pandemia: hotéis e resorts se prepararam para a retomada

Foto: Pixabay
Empreendimentos estão se adaptando às novas exigências sanitárias para a volta gradual e segura de suas atividades

Publicado em 01/06/2020

Altamente atingido pela crise causada pelo Covid-19 o setor de viagens e turismo, e a extensa cadeia que compõe o segmento, responsável por 8% do PIB global, foi um dos primeiros a sofrer os efeitos econômicos da pandemia e, segundo representantes do setor, provavelmente será um dos últimos a sair da crise.

A pesquisa “Os Impactos Recentes do Coronavírus do Segmento de Turismo de Negócios e Eventos”, realizada pelo SEBRAE Nacional, com apoio da ABEOC (Associação Brasileira de Empesas de Eventos) e UBRAFE (União Brasileira dos Promotores de Feiras), revelou que 98% dos participantes sofreram impacto nos eventos que atuam. Em média, tiveram 12 eventos cancelados e sete remarcados. Já 35% revela que negociou crédito para utilização futura, contra 34% que precisaram devolver recursos/dinheiro para o contratante ou fornecedor.

A maioria dos entrevistados (30,1%) revelou que focaram no desenvolvimento da gestão, durante o período de paralisação visando à preparação da empresa para a retomada dos negócios. Seguido de fortalecimento do relacionamento com o mercado (25,2%) e qualificação da equipe para esse novo momento (17,2%).

Em um cenário constante de incertezas, o que já se pode prever é que, a forma de fazer feiras, eventos e convenções não será como antes. Por isso, o setor começa a se preparar para a retomada das atividades e para o que será considerado o novo normal.

Representantes do trade turístico vêm se reunindo com o Ministério do Turismo e outras autoridades dos governos federal, estadual e municipal, para desenhar protocolos com planos e ações básicas a fim de preparar suas instalações e espaços de eventos para receber os hóspedes dentro dos padrões de segurança.

Sérgio Souza, presidente da Resorts Brasil (Associação Brasileira de Resorts) e diretor comercial do Casa Grande Hotel & Spa, participou dessas reuniões para a elaboração de protocolos de reabertura do setor.

Sérgio Souza, presidente da Resorts Brasil (Associação Brasileira de Resorts) e diretor comercial do Casa Grande Hotel & Spa
Sérgio Souza
| Foto: Assessoria

“Estamos em processo bastante adiantados a nível estadual e federal. Os municípios também estão trabalhando neste sentido, adequando seus protocolos de acordo com a necessidade de cada cidade.  Acredito que nos próximos 15 dias, esse processo já tenha sido finalizado e esteja funcionando, nos três níveis hierárquicos de poder. O grupo construiu junto aos governos e a iniciativa privada com a participação das secretarias de turismo, Ministério do Turismo e entidades de classe, para que tivéssemos um protocolo que, ao mesmo tempo preservasse pessoas, mas também não impedisse a operação dos hotéis”, afirma Sérgio.

RETOMADA DAS ATIVIDADES DOS HOTÉIS

Sérgio Souza afirma que a expectativa é que a reabertura da grande maioria dos hotéis e resorts ocorra no mês de julho. “No que diz respeito aos resorts, fizemos um levantamento com nossos associados, são 56 resorts espalhados em todas as regiões do Brasil, e existe uma expectativa geral para o processo de reabertura em julho. Alguns já sinalizam que abrem ainda no mês de junho e outros em agosto. Mas a concentração maior é de reabertura no mês de julho. Que é quando começam os processos de flexibilização da quarentena”, comenta.

Heber Garrido, diretor de Experiência, Marketing e Vendas da Aviva
Heber Garrido
| Foto: Assessoria

Para Heber Garrido, diretor de Experiência, Marketing e Vendas da Aviva, responsável pelas marcas Costa do Sauípe, Rio Quente e Hot Park, a retomada das atividades será de forma gradual, mas dependerá muito dos cenários, que mudam diariamente. “Estamos todos nas mãos dos cientistas e especialistas, que irão nos indicar quando for realmente seguro retomar. Desde o início da pandemia criamos um comitê multidisciplinar totalmente focado neste tema para olhar a Aviva de forma 360 graus, que nos permitiu cuidar das questões emergenciais e também nos auxiliar a planejar o futuro, ainda que com muitas incertezas. Sabemos que na retomada de realização de alguns eventos, assim que forem permitidos, ainda será preciso respeitar medidas de distanciamento social, utilizar máscaras, álcool gel e que quem estiver trabalhando deverá utilizar equipamentos de proteção individual. Ao realizar um evento o item número um será a segurança sanitária de todos os envolvidos. Não será uma época normal, mas ela será necessária para evitarmos a disseminação e novos surtos da doença”, avalia.

Cristina Ocdy, diretora de operações e vendas do Villa Blue Tree
Cristina Ocdy
| Foto: Assessoria

Desde o início do isolamento social, o Villa Blue Tree, suspendeu seus serviços presenciais e desenvolveu diversas metodologias e cartilhas com medidas de segurança para colaboradores e clientes. 

“Estamos sempre nos reinventando e estudando protocolos com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como as orientações do Ministério da Saúde. Nossa equipe está avaliando todas as atividades mundiais, principalmente de países europeus que estão superando a epidemia, para poder adaptar no cenário dos negócios”, conta Cristina Ocdy, diretora de operações e vendas do Villa Blue Tree.

Marcos Bittencourt, gerente de marketing e eventos do Complexo Hot Beach Resort
Marcos Bittencourt
| Foto: Assessoria

O Complexo Turístico Hot Beach Olímpia segue na quarentena, com o parque aquático e os três resorts: Hot Beach Resort, Celebration Resort Olímpia e Thermas Park Resort & Spa, fechados para o público. A diretoria do Grupo Ferrasa, empresa gestora do Complexo Hot Beach, afirma que está diariamente avaliando a evolução da pandemia do novo coronavírus e o cenário para a retomada da operação. “Temos buscado dados e avaliações sobre a retomada da atividade turística em consultorias e em entidades de classe, como o Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat) e a Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra), para planejamento da reabertura dos hotéis e tomada de decisão. Atualmente, trabalhamos com a perspectiva de reabertura dos resorts e parque aquático em julho, considerando o melhor dos cenários quanto à pandemia a partir de agora”, afirma Marcos Bittencourt, gerente de marketing e eventos do Complexo Hot Beach Resort.

Foto: Markus Winkler – Pixabay

UFI lançou uma estrutura global que define a indústria de eventos deverá atuar

SOLUÇÕES INTEGRADAS E PROTOCOLOS NOS HOTÉIS

Os hotéis precisam estar preparados para a retomada segura das atividades, adotando novos protocolos de higiene e comportamento, que deverão ser estendidos aos clientes. Sobretudo, em se tratando de eventos com espaços que reúnem uma grande concentração de pessoas.

“Revisitamos nossos protocolos, sobretudo os voltados para questões de higienização, que estão ligados diretamente a saúde e ao bem-estar do público que recebemos em nossos destinos e também dos colaboradores que fazem tudo isso acontecer. Já possuímos um alto padrão, mas ajustes importantes diante deste cenário foram indispensáveis.  A Aviva está definindo a nova estratégia de eventos corporativos em conjunto com os parceiros de logística aérea e terrestre, TMC Travel Manager, organizadores e o cliente final. Entendemos que além dos novos protocolos de segurança, os novos modelos de eventos ganharão força, e podemos citar como exemplo os eventos híbridos. No site da Aviva está disponível para consultas, alguns procedimentos que serão adotados na reabertura e que estão sendo validados por um time de médicos infectologistas, que estão trabalhando em conjunto com a equipe do grupo”, revela Heber Garrido.

Para os resorts e o parque aquático do complexo turístico Hot Beach Olímpia, foram criados protocolos de segurança, para assegurar que os procedimentos, respeitem as taxas de ocupação. Haverá web-check in para evitar filas e distanciamento no balcão de recepção. Os recebimentos de chaves serão individualizados, a higienização será feita após 24 horas da saída do hóspedes, e a ocupação será de um quarto sim e outro não.

“O plano está em consonância com o Projeto de Retomada da Atividade Turística de Olímpia, encabeçado pela Prefeitura de Olímpia e que tem como participantes representantes dos principais atrativos turísticos e meios de hospedagem da cidade, incluindo do Complexo Hot Beach Olímpia”, comenta Marcos Bittencourt.

Cristina Ocdy revela que para a pós pandemia do covid-19, a empresa criou novos hábitos com reforço na higienização, que incluem o uso de máscaras e luvas, o aumento da utilização de utensílios descartáveis, aplicação do distanciamento entre as pessoas, inserção de álcool gel em pontos de grande interação, limpeza extra em itens de toque, medição de temperatura na entrada, layouts de segurança nos ambientes e controle do fluxo de pessoas.

O espaço contará, ainda, com a mudança de seus serviços, principalmente em alimentos e bebidas, com a distribuição individual, onde os itens serão embalados em sacos plásticos e entregues para cada pessoa, ou seja, não existirá mais aqueles pontos de comidas com estilo de banquetes. Em encontros com coffee break serão promovidos lanches box. O atendimento será à la carte, e em almoços e jantares será obrigatório o uso de protetores salivares em todas as mesas.

“A segurança alimentar está sendo avaliada com rigor. Disponibilizamos uma nutricionista full time para verificar todos os processos para uma retomada com muito mais proteção. A empresa também está investindo fortemente em treinamento on-line para todos os funcionários. Este padrão será um selo do Villa Blue Tree garantindo a todos, excelência em cuidados com ênfase no fator humano e a preocupação com seu ambiente e entorno”, enfatiza Ocdy.

“Teremos um segundo semestre de reabertura e estudo de protocolos para a retomada realmente em 2021. Não será uma retomada para voltar ao normal. Porém, tudo isso pode mudar se descobrirem uma vacina. Eu divido a retomada em três momentos: sobrevivência, adaptação aos protocolos, e volta à normalidade após a descoberta da vacina, assim como aconteceu com a H1N1”, avalia Sérgio Souza.

Plano de retomada: Protocolos do Governo de São Paulo

Foto: Gerd Altmann / Pixabay

AGENDA DE EVENTOS NESTE NOVO CENÁRIO       

O sucesso de um evento se dá justamente pelo fato de conseguir reunir um grande número de pessoas ao mesmo tempo, com interesses similares para a troca de experiência e formação de novas parcerias. No período pós-pandemia, pelo menos até que já tenha uma vacina desenvolvida para a doença, isso não será possível. A alta concentração de pessoas deverá ser reduzida para garantir a segurança e conter proliferação da doença.

Todos os eventos que estavam marcados para este período foram renegociados sem nenhum cancelamento. Desses 50% foram remarcados para o segundo semestre de 2020, já a outra metade para o próximo ano. Estamos focados na reestruturação das projeções de 2020 e prevendo uma retomada lenta a partir do segundo semestre e com inventário limitado de apartamentos. Deveremos retomar com 15% de ocupação e chegando no final do ano com 60%, abrindo os resorts aos poucos e de forma muito consciente, já dentro dos novos protocolos de segurança para os colaboradores e clientes”, revela Heber Garrido.

“O momento exige cautela e responsabilidade com as vidas que vamos receber em nossos espaços. Respeitado os direcionamentos da OMS, nós entendemos que 2020 é um ano que teremos eventos on-line e encontros pequenos, sem aglomerações, como por exemplo, os minis wedding. Já os eventos de médio e grande porte voltarão com mais força apenas no próximo ano. Penso que o segundo semestre de 2021 e começo de 2022, acontecerá uma crescente recuperação do mercado de cerimônias sociais e corporativas. O comportamento do consumidor será diferente, analiso que muitas empresas vão optar por espaços com ambientes ao ar livre, o que nós, do Villa Blue Tree, teremos uma grande vantagem, já que possuímos uma estrutura bem arborizada e com lugares abertos para diversos públicos. Vale ressaltar, ainda, que não houveram cancelamentos de eventos, apenas transferência de datas, muitos para o segundo semestre de 2020 e início de 2021”, esclarece Cristina Ocdy.

“Trabalharemos em três fases iniciando com 30% de ocupação, 50% e 100% em alinhamento com a flexibilização determinada. Estamos nos organizando para funcionamento no segundo semestre com todas as adequações necessárias, mantendo os eventos de finais de ano, como Natal e Réveillon, com as seguranças vigentes, e trabalhando para um calendário de eventos no complexo nos anos seguintes. A expectativa para os próximos anos é que a agenda volte aos poucos para novos eventos, hospedagem e parque”, comenta Marcos Bittencourt.

Para Sérgio Souza, num primeiro momento, os eventos serão com um número de pessoas reduzido, com o do dobro de espaçamentos e haverá necessidade do envolvimento de toda a cadeia de eventos, desde o produtor até o cliente final para as adaptações necessárias.

“Vamos retomar aos poucos. Acredito que é um momento de preparação – antes da reabertura – dos colaboradores e de materiais, para que possamos abrir os hotéis e toda sua infraestrutura com todos os protocolos prontos para receber os primeiros hóspedes de volta ao hotel. Há uma série de protocolos para serem atendidos, visando a proteção, tantos dos nossos colaboradores, quanto dos nossos hóspedes. O grande desafio é para a retomada dos eventos, pois todo mundo chega ao mesmo tempo aos hotéis, faz coffee break ao mesmo tempo, e, muitas vezes, todo mundo deixa os hotéis ao mesmo tempo. Vamos precisar contar com a colaboração do segmento de eventos, e inclusive dos hóspedes, que já vão adentrar aos hotéis, cientes desses protocolos. Será um aprendizado para todos”, afirma.

Foto: Gerd Altmann / Pixabay

A TECNOLOGIA COMO ALIADA DOS HOTÉIS

Durante o período de isolamento social, a tecnologia possibilitou, a realização de eventos on-line, desde treinamentos, lives e webinars e tornou-se uma alternativa para continuar a movimentação do segmento e para manter a comunicação e o relacionamento com clientes e parceiros. Algumas empresas também passaram a oferecer o tour-virtual para apresentação de suas instalações dos hotéis para os clientes. No período pós-pandemia, sua utilização tende a ser ampliada para a realização de encontros e para oferecer mais segurança aos frequentadores dos hotéis e resorts.

“Este cenário nos mostrou que é possível fazer com que as tarefas sejam mais ágeis e digitais, com autonomia e reinvenção do turismo tradicional. Na Aviva, estamos utilizando este momento para nos aperfeiçoar e focar em trazer ainda mais melhorias para a experiência do nosso cliente, seja ele um hóspede que veio passar férias e descansar em nossos destinos ou para participar de um evento corporativo”, comenta Heber Garrido.

Cristina Ocdy conta que o Villa Blue Tree disponibilizou uma visita 360º para que os clientes possam conhecer o espaço.

“Em uma época em que não é possível receber visitas presenciais, nós disponibilizamos um tour on-line. O cliente literalmente sente que está caminhando por todo o nosso espaço, mas da tela do computador. Assim, ele conhece o ambiente virtualmente e pode começar a planejar a sua festa ou evento. Acredito que mesmo depois da pandemia, muitos encontros irão continuar migrando para o digital. Por isso, lançamos recentemente uma incrível estrutura de estúdio para que as empresas possam fazer lives, treinamentos e apresentações de novos produtos”, revela.

“As Unidades de Negócios do Complexo, já trabalham com tecnologias que facilitarão nas adaptações para retomada, como por exemplo, a utilização da pulseira que o hóspede e visitante do parque, pode consumir e ter todas as suas despesas gerenciadas por um único módulo, evitando assim, o contato com dinheiro, papéis e outras vias. O web check in também é uma das alterações implantadas pelo complexo para a segurança dos hóspedes e funcionários”, ressalta Marcos Bittencourt.

Para Sérgio Souza, a utilização da tecnologia é positiva, pois permite a integração de quem está muito longe, porém avalia que com o aumento de eventos híbridos, a quantidade de pessoas que vai ficar hospedada será menor e impactará a ocupação dos hotéis.

“Os eventos são feitos de troca de experiência. Ainda não é possível prever se a tendência vai permanecer ou se vai durar somente enquanto não tiver uma vacina disponível. Para atrair as pessoas para os eventos novamente, será preciso oferecer segurança com a divulgação ampla de protocolo. Assim, as pessoas vão saber que aquele estabelecimento está executando boas práticas para o covid-19 e as empresas saberão que seus colaboradores estão indo em um evento seguro”, pondera.

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